Um defeito de cor – Ana Maria Gonçalves

Uma vida inteira em um livro. A vida da Kehinde, ou Luisa Andrade da Silva, desde criança, na África, até os seus 90 anos, novamente em um navio. Uma mistura de ficção e possível realidade. Possível realidade porque a autora, Ana Maria Gonçalves, encontrou esse livro em forma de uma pilha de folhas de aproximadamente 35 cm na Ilha de Itaparica, na Bahia. Não tem como saber se realmente a Kehinde existiu e é a autora, ou se foi uma ficção escrita no século XIX. Além disso, nem todas as páginas estavam disponíveis ou legíveis quando foi encontrado, de forma que a Ana Maria Gonçalves complementou o texto. Essa informação é dada no prólogo do livro, e me deixou com uma pulga atrás da orelha durante toda a leitura. Amaria saber o que estava no manuscrito original. A leitura desse livro foi um aprendizado imenso e fiquei com a sensação de “por que não aprendi quase nada disso nas aulas de história?”

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A Espada de Avalon – Diana L. Paxson

A Espada de Avalon foi o último livro publicado do Ciclo de Avalon. O livro foi publicado em 2010, já foi traduzido para o português em Portugal, mas ainda não chegou no Brasil. Esse livro traz na capa o nome da Marion Zimmer Bradley, mas segundo Diana L. Paxton, autora do livro, a Marion não deixou nada encaminhado para esse livro antes de morrer.  Além disso, sobre o universo da série, Diana comenta que entre a chegada dos Romanos na Britânia e a lenda de Arthur, a história está praticamente completa, de forma que a parte ainda explorável e que poderia render novos livros corresponderia ao período da A Queda de Atlântida (se passa em torno de 2000 a.C.) até século I d.C.

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A guerra não tem rosto de mulher – Svetlana Aleksiévitch

A guerra não tem rosto de mulher é uma obra que levou muitos anos para ser concretizada, Svetlana Aleksiévitch coletou depoimentos de mulheres que foram para a guerra lutar contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Svetlana começou a coletar depoimentos no final dos anos 70, quase 40 anos depois da guerra. Deu voz para as mulheres que foram pra guerra. Uma voz que é diferente da que estamos acostumados a ouvir e que, em geral, é cheia de dor. O livro foi publicado nos anos 80, mas ganhou o mundo depois da autora ganhar o Nobel de Literatura em 2015.

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Tudo o que sabemos da guerra conhecemos por uma “voz masculina”. Somos todos prisioneiros de representações e sensações “masculinas” da guerra. Das palavras “masculinas”. Já as mulheres estão caladas. Ninguém, além de mim, fazia perguntas para minha avó. Para minha mãe. Até as que estiveram no front estão caladas. Se de repente começam a lembrar, contam não a guerra “feminina”, mas a “masculina”. Seguem o cânone. E só em casa, ou depois de derramar alguma lágrima junto às amigas do front, elas começam a falar da sua guerra, que eu desconhecia. Não só eu, todos nós. 

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A Cor Púrpura – Alice Walker

A Cor Púrpura, vencedor do Prêmio Pulitzer de 1983, já começa te dando um soco no estômago.

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O livro é uma coleção de cartas que Celie, uma mulher americana, negra e pobre do começo do século XX, escreve para Deus e para a irmã, Nettie. Nas primeiras cartas já dá pra entender que a leitura não vai ser fácil, que vai ser uma leitura pesada, que tu vai sentir as dores das personagens, que tu precisa continuar lendo, e tu precisa que as coisas melhorem.

De todo jeito, eu falei, o Deus pra quem eu rezo e pra quem eu escrevo é homem. E age igualzinho aos outros homem queu conheço. Trapaceiro, isquecido e ordinário.

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Cem anos de solidão – Gabriel García Márquez

Em Cem anos de solidão, segunda obra mais importante da literatura hispânica (IV Congresso Internacional da Língua Espanhola, 2007), Gabriel García Márquez conta a história da família Buendía e a cidade de Macondo.

A história começa com a vida do José Arcadio Buendía e Úrsula, e a fundação de Macondo. A partir desse ponto, a família e a cidade crescem e passam-se mais de cem anos de aventuras, solidão, e fatos estranhos (para o leitor, para os personagens tudo parece normal).

“El primero de la estirpe  está amarrado en un árbol y al último se lo están comiendo las hormigas.”

Gabo

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O médico e o mostro, ou o estranho caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde – Robert Louis Stevenson

Esse ano resolvi que vou colocar em dia a leitura de vários clássicos que estou há anos querendo ler. Um desses clássicos era O médico e o monstro.

Eu não sei como, mas eu não sabia nada sobre esse livro. Não fazia ideia do que se passava na história e fiquei de queixo caído quando descobri “a verdade” (quase tanto quanto o Dr. Lanyon e Mr. Utterson quando descobriram o que aconteceu).

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O Fantástico Mundo dos Elementos – Bunpei Yorifuji

Livrarias oferecem experiências que lojas online não tem como oferecer, como contato com o livro antes de comprar, troca de ideia com vendedores e outros clientes, chegar na loja com uma lista de livros e não ter nenhum… E nessa de não ter nenhum livro da lista, tu acabas descobrindo maravilhas! Foi assim que descobri O Fantástico Mundo dos Elementos – A tabela periódica personificada!


O Fantástico Mundo dos Elementos é um livro ilustrado desenvolvido pelo japonês Bunpei Yorifuji.  Continuar lendo “O Fantástico Mundo dos Elementos – Bunpei Yorifuji”

A Sacerdotisa de Avalon – Marion Zimmer Bradley

A Sacerdotisa de Avalon foi a última obra de Marion Zimmer Bradley, concluído por sua colaboradora Diana L. Paxson e publicado postumamente.

Neste livro, que se passa entre 259 e 329, a vida de Helena (ou Eilan) é contada. Cronologicamente, essa história se passa em paralelo com a história da segunda parte do livro A Senhora de Avalon, no qual Dierna é a Senhora de Avalon (resenha aqui).

Helena é a filha de uma Grã-sacerdotisa e um príncipe britânico, criada no mundo romano, mas destinada à Avalon. Vamos acompanhar a história de Helena, narrada por ela mesma, dos 10 anos aos 80 e poucos.

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Americanah – Chimamanda Ngozi Adichie

Mais um livro maravilhoso da Chimamanda!

Diferente de Hibisco Roxo (resenha aqui), Americanah é um livro muito mais leve, mas não deixa de tocar em assuntos sensíveis. É uma leitura muito tranquila, nem parece que o livro tem 500 páginas.

Americanah é a história de Ifemelu desde a adolescência. Há partes do livro mais detalhadas, e períodos que são contados superficialmente. Obinze é um personagem super importante da história, mas para mim o livro é a história dela (o amor deles é parte dessa história).

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Sangue na Neve – Jo Nesbø

Jo Nesbø é um escritor noruêgues, super famoso, com livros traduzidos para quase 40 línguas e eu não fazia ideia de quem ele era! Comprei o eBook de Sangue na Neve às cegas numa dessas promoções loucas da Amazon.

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